Ontem, acrescentei mais um ano aos que já tinha, ficando, ipso facto, mais velho.
E eis que me lembro daquela do meu velho que respondeu do seguinte modo à minha pergunta sobre a idade dele: quarenta e quinze!
Lembrando-se, saudosamente, do quanto lhe haviam sido particularmente felizes os anos quarenta da sua vida, o meu pai não queria ser um cinquentão, receando, porventura, que, na década seguinte, já não tivesse tanta sorte quanto antes.
E a solução engenhosa que encontrou foi passar a contar os anos que ia fazendo da seguinte forma, a partir dos 49: quarenta e dez, quarenta e onze!... Não que quisesse esconder a idade, mas pelo mero prazer, algo juvenil, de brincar com coisas sérias.
E eu, que achei excelentes os meus anos quarenta, decidi seguir o exemplo do saudoso pai, passando a contar os meus anos da mesma forma: quarenta e dez, quarenta e onze... Não que eu queira esconder a idade, mas, também, pelo mero prazer de brincar.
Aos 40 e ...treze!