Pobre e comida

Bem dizia o velho Semedo

Que o Pobre tem mais medo

De lhe faltar o que comer

Que de moléstia morrer!

 

E continuava em seu enredo:

O Pobre come e chupa o dedo,

Pois não há maior prazer

Que o paladar satisfazer.  

 

Se antes temia ele o bruxedo,

Já não receia um torpedo,

Mas não lhe falte o que comer

Nem tampouco o que beber.

 

Arroz galinha e vinho, ai credo,

Fazem do Pobre lesto e ledo!

E se na terra não há mister,  

Vai pra estranja, pode crer!


Praia, 6 de agosto de 2024

Bartolomeu Varela


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