Eu e a música!
Nasci com a música nos ouvidos! Não me refiro apenas às canções de ninar, tradicionais ou improvisadas, com que a minha mãe me mimoseava, e que eu, já rapaz de cinco ou seis anos de idade, ainda dela reclamava, pois me faziam tão bem! Refiro-me também à música que provinha da natureza, com o cantar do galo, o cacarejar das galinhas, o piar dos pintainhos, o chilrear dos pássaros, o zurrar dos burros, o relinchar dos cavalos, etc. Bem, nem todos os sons que vinham da natureza se me apresentavam como música: nos primeiros anos, tinha eu um pavor enorme das trovoadas que pareciam ser vozes de coléricos deuses e cujos efeitos tenebrosos procurávamos evitar, lá em casa, rezando à “Santa Bárbara, a generosa”, ao Deus Todo-Poderoso, ao “Santo António, o milagreiro”, e a outros santos, tal como nos ensinava a Djodjó, minha mãe! Mas, com o tempo, habituei-me a esses estrondos que vinham do céu, os quais passavam a soar aos meus ouvidos como primorosos fragmentos musicais. Daí até imitá